Eficiência sustenta avanço produtivo
A padronização dos índices em base 1980 evidencia a diferença de trajetória
A padronização dos índices em base 1980 evidencia a diferença de trajetória entre economias agrícolas - Foto: Pixabay
O avanço recente da agricultura brasileira tem sido marcado por ganhos consistentes de eficiência. Segundo dados do USDA/ERS analisados por Luiz Fellipe Arcalá, líder de estratégia de agronegócios, o país passou a extrair mais resultado econômico do mesmo hectare e de um conjunto semelhante de insumos, demonstrando maior capacidade de combinar tecnologia, conhecimento e gestão.
A padronização dos índices em base 1980 evidencia a diferença de trajetória entre economias agrícolas e mostra o Brasil na liderança global do crescimento da Produtividade Total dos Fatores entre 1980 e 2022. “Do ponto de vista estatístico, tanto outputs quanto inputs são convertidos em índices de volume ponderados pelos valores ou custos relativos, muitas vezes utilizando índices do tipo Tornqvist/Divisia. Isso permite agregar milho, soja, boi, algodão, máquinas, fertilizante e mão de obra num único indicador coerente. Em português claro: é um índice sintético de “quão bem” o sistema combina todos os fatores de produção”, comenta.
O levantamento aponta que a produção passou a crescer mais rápido que os insumos, resultado de fatores como ciência aplicada ao Cerrado, plantio direto, estabilidade macroeconômica, biotecnologia, safrinha, logística e agricultura digital. Esses elementos sustentam vantagens em custo, escala eficiente, cadeias de menor intensidade de carbono e menor risco operacional. Arcalá observa que, para avançar na transição agroenergética, será necessário alinhar eficiência, carbono e governança, superando gargalos de infraestrutura, gestão climática e compliance socioambiental.